sábado, 9 de abril de 2016

Crônicas da lembrança (parte 1)

Tem pessoas as quais as lembranças são difíceis de apagar. Eu costumo sofrer muito por conta dessas lembranças. Sofro por conta dos gostos em comum que temos, gostos que jamais compartilharemos juntos devido a repulsa que temos um(a) pelo(a) outro(a). Nossos caminhos cruzam e descruzam de um jeito muito estranho. Gosto e não gosto disso.

À noite, gosto de ficar nua na cama pensando em como chegamos a tal ponto. Eu sempre ao ponto do sofrimento, ao ponto do não-entendimento disso tudo. O sereno me arrepia tanto quanto a lembrança de vocês. As lembranças se tornam pensamentos obsessivos, recorrentes, sem controle. Me deixam triste a cada instante de pausa. Procuro por ti.

Gosto de andar sozinha e pensar em todas essas coisas. Filmes, músicas, livros, lugares, momentos. Constantes alucinações de vocês, pessoas que me deixam e que eu deixo também. Ou finjo deixar. Eu me marco por pouco. Eu sinto muito.

São lembranças autodestrutivas, tanto quanto os atos que cometo por diversão. Poucas drogas no mundo salvam minha alma desses pensamentos. Algumas apenas me forçam lembrar. Fazer morrer neurônios não faz morrer lembranças.


Preciso me despir dos pensamentos. Preciso me despedir de vocês.

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