domingo, 3 de abril de 2011

Brincando de eu e ela.

Eu: 12 horas de sono, 4 de trabalho, 2 de sexo e 6 de filosofia.

Ela: 9 horas de sono, 10 de trabalho e 5 de estudo.

Ela queria saber como eu aproveito tanto tempo do meu dia apenas para filosofar, não sei, respondi. Que dinheiro eu recebia para tão pouco trabalhar? O suficiente para sustentar meu vício. Estou sempre dentro de casa, conta d’água sempre esqueço de pagar, e o DMAE, de cortar. Conta da luz necessito pagar, pois meus textos eu não mais escreveria. Você me conhece por nome ou de vista? Ela responde que me conhece de vista, mas também sabia meu nome. Ela a trabalhar e brincar de MSN, falando com desconhecidos à luz do dia, mal sabia o que queria, só sabia que eu estava nessa lista. Moça que não sei se é bonita, te espero às vésperas do dia 30, quero te conhecer, preciso saber quem tu és.

Nesse jogo de eu e ela, saberia então que era ela e não eu, tão vítima quanto qualquer outra. No meu exílio eu canto outras palavras, canto o quanto eu sinto saudade do que nunca tive. Ah, veja só, posso citar você em minha lista?

Esperei por ti até o 29, marcamos naquele barzinho que todos sabem, é aconchegante e podemos tomar um vinho, você sorrindo e eu por dentro a chorar: por que estás a me maltratar? Não vi seu rosto a me esperar.
Então sabia que se tratava de calúnia, uma bela moça me deixava a ver navios, uma rosa entrelaçada em meus dedos, e uma taça de vinho vazia, em pleno centro de Porto Alegre.