Quando os meninos correram e eu fiquei, senti que algo era diferente. Talvez eu não fosse tão gente. Talvez eu fosse ninguém.
De pele alva e olhos mui chorosos, em dias de chuva, o azul acinzentado ficava meio violeta. De cabelos negros e largos, longos cachos, coração partido, sentimentos corrompidos, lá eu ia, sozinha, com a ajuda de ninguém.
Eram meninos de outrem. Pertenciam aos outros ou a alguém.
A neblina secava meus olhos e minhas lágrimas mesmo assim caíam... Do outro lado do lago eu a vi. Ruiva dos cabelos largos como os meus, mas ela era nua, como bebê, eu desejei-a por minutos. Ela entrou no rio e me chamava. Ouvia-se de longe sua bela voz.
Seus olhos verdes quase desbotavam e também choravam. Seca. Seios rijos. Bela. Eu a beijei. O beijo da morte, da meia-noite, do jogo das sombras.
Nós afundamos e eu nunca mais subi.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
sábado, 7 de julho de 2012
Sós de vela
Freneticamente dancei a música branca que entrava por meu nariz
E uma bela moça passou por minha janela
Era ela! Era ela!
Renata que eu quisera, Vitória que exagera
Depois de umas doses de uísque a solidão acaba
Mas ainda lembro-me dela
O nome composto e o teu rosto
Marcados em nuvens aleatórias
Minha morada já não é boa
Todos foram e deixaram-me nela
Nos quadros o pó, na cama a cadela
Nos meus olhos a tristeza de não ver-te, ó bela.
E uma bela moça passou por minha janela
Era ela! Era ela!
Renata que eu quisera, Vitória que exagera
Depois de umas doses de uísque a solidão acaba
Mas ainda lembro-me dela
O nome composto e o teu rosto
Marcados em nuvens aleatórias
Minha morada já não é boa
Todos foram e deixaram-me nela
Nos quadros o pó, na cama a cadela
Nos meus olhos a tristeza de não ver-te, ó bela.
Assinar:
Postagens (Atom)