segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Roseira de ventos

Eu sou uma grande bagunça. Vivo explosões e implosões de sentimentos. É como se eu tivesse meia dúzia de filhos da mesma idade que querem fazer de mim uma mãe louca. É como se todos os filmes não fizessem sentido. É como se o fim fosse o começo.
E é. Às vezes penso que um ciclo termina para que outro comece. Ando em círculos há vinte anos, mas é um sistema de roldanas: algumas rodas giram mais rápido, outras giram mais brandas, outras são menores, outras são maiores. Porém sempre giram, sempre lá, esperando que algo aconteça para que parem de girar. Esperando que apertem um botão para que parem de funcionar. Elas todas esperam o sistema falhar.
Eu sou uma grande estrada. Pareço infinita, porém sim tenho um fim. Pareço perdida, porém sempre chego a algum lugar.
Toda noite nublada tem estrela. Todo céu cinza é azul por dentro. Toda noite aluada tem sol detrás.


Eu.
Apenas.
Observo.
Apenas.
Para parecer que ainda vivo.

Eu não sei apontar para o norte.